Ps: Todos os textos encontram-se registrados na biblioteca nacional.

sábado, 19 de abril de 2014

Sobre a Dialética de Uma Flor


Nesses dias de alquimia ousei perguntar
sobre alguns mistérios inerentes a beleza:
Ex: O que faz uma flor de outono ser tão bela?
Num dia ensolarado está tão vigorante e erguida

E no dia seguinte murcha, sem vida... Como as fases
da lua e da mulher: nova, minguante, linda e radiante.
Mas neste espaço de tempo, a beleza se faz intensa!

Permuta de luz em sublime! Nele cabe toda uma vida,
Uma eternidade, um riso, uma lembrança de saudade.
[Nascer, botão, flor intensa, murchar e morrer...]

Mas há certo instante, assim como na vida
Onde a beleza é efêmera e universal, simultaneamente.
E o poeta, este esteta, necrológico do saber
Encontra-se salvo e perdido, ao mesmo tempo.

Num dia de chuva e trânsito caótico, não sei
em que fase estavas cotidiana musa, mas
Absorto desta beleza de você, foi como música...

(Felipe Pöe)

(poema pertencente ao livro "Esfinge", editora: Homero, São Paulo, Agebook)

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